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O futebol e a leitura

Nenhum repórter (e havia chusma deles na África do Sul) perguntou a Dunga ou aos jogadores de nossa seleção que livros ou autores lêem. Provavelmente, não lêem nenhum. Dou de barato que Kaká leia o Paulo Coelho e a Bíblia. A Bíblia é um excelente livro, desde que não seja usada pelo bispo e pela bispa, da seita que Kaká segue, a fim de levar dinheiro para os Estados Unidos da América do Norte.
Ora, todo jogo é uma leitura. É preciso ler-lhe o texto, compreendê-lo e interpretrá-lo. Seguir as vírgulas, os pontos, os parágrafos, os diálogos. Descobrir antecipadamente quem é o personagem que faz o papel de vilão. Admito até que os nossos jogadores leram razoavelmente o jogo durante o primeiro tempo. Mas, no segundo tempo, tresleram e desvairaram. O resultado foi que levaram uma boa surra da Holanda.
O certo é que nenhum deles lê, e o Dunga também não. São analfabetos em matéria de leitura. Você viu algum deles com um livro na mão, nos intervalos das disputas da Copa?
Ora, é preciso ler. Pelo menos, para ter um vocabulário correto e saber dizer as coisas. Eles não têm. O que se pode perceber nas entrevistas que concederam aos repórteres. E até aqui no Brasil, quando eles são entrevistados, antes ou depois dos jogos, dizem as mesmas coisas, enfadonhamente. Quando não estropiam as palavras.
Pois bem: é necessário ler, pelo menos para adquirir vocabulário adequado para xingar o adversário.
Há muitos anos, numa Copa em que o Brasil venceu, havia um jogador que foi cognominado “o possesso”. Este, creio eu, havia lido “Os Possessos”, de Dostoievski.
Pelé, Gérson, Rivelino, Didi, Newton Santos, e alguns outros, liam, e liam bem. Garrincha pelo menos lia os almanaques Capivarol e alguns humoristas.
Mas, se algum dos nossos futebolistas ainda lê, lê livros de horror, de arrepiar os cabelos. E mal traduzidos.
Quanto a técnicos, prefiro o Feola, que dormia, ou cochilava, durante as disputas.
Acho também que o novo técnico da nossa seleção, para a próxima Copa deverá ter uma cartilha na mão, para alfabetizar os nossos atletas. É conveniente ensinar-lhes o beabá do drible. Dos passes a longa distância. E não permanecer no ramerrão de passinhos para cá, passinhos para lá, e recuar a bola.
Reconheço, porém, que ainda há alguns que lêem desde meninos. Como o Ganso ou o Neimar.
Não exijo que se lhes ensine a gramática de João Ribeiro. Mas algumas regras de sintaxe são indispensáveis. E que evitem os galicismos. Falem e leiam mesmo a língua portuguesa que aqui se fala e se lê. Nela nos entendemos e embrulhamos os outros. E que sigam as lições de Nenê Prancha.
Sei também que Coelho Neto teve um filho que jogava futebol. Eram outros tempos.
Sem dúvida, a boa leitura pode ser feita nas concentrações e no isolamento. Com ela, voltaremos a ser os craques que já fomos. O que não dá é saber alemão para perder para a Holanda.
Convém ler, para pautar o jogo.

Anníbal Augusto Gama

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Sobrevivência

Este verbo sobreviver é muito expressivo: significa, bem pensado, “viver sobre”. Em idade avançada, que é o caso de “sobrevida”, o homem vive sobre o passado, sobre o que foi ou sobre o que fez. Está aposentado, quer dizer, recolheu-se aos seus aposentos, fechou a porta do quarto para estar só consigo mesmo ou poder ficar nu. Também se pode entender que sobreviver é viver das sobras.
Mas podia haver outro verbo, que seria subviver. Destinar-se-ia àqueles que não sobrevivem, mas, velhos, vivem uma “subvida”, enfermiços ou agônicos, arrastando-se, ou empurrados em cadeiras de rodas.
De vez em quando, vejo velhinhos ou velhinhas ser levados até à porta da casa, para tomar um pouco de sol. Parecem o passarinho do relógio cuco, que sai para bater as horas, horas atrasadas ou muito espaçadas.
Outro dia, os jornais publicaram o retrato do bailarino japonês, Kazuo Ohno, que acabava de morrer, aos cento e três anos. Era uma máscara feia, uma máscara horrorosa da própria morte.
Como dizia o poeta Drummond, “cansado de ser moderno, agora serei eterno”. Ele podia dizer isso, mas quantos podem?
Alguns anos atrás, achando-me na rua, com o meu cachorrinho, à beira da calçada, passou um carro a toda velocidade, quase me raspando os pés, e os jovens, que estavam dentro do veículo, gritaram-me: “Velho, por que você não morre?”
Pois que morresse a avó torta deles.
Há também a expressão, usada pelos médicos, de “doente terminal”. Os médicos pretendem ser eficientes, mas são cruéis. Os doentes terminais ocupam camas que deviam ser destinadas aos recuperáveis. Os doentes terminais já não o são.
Também há aqueles que são a favor do aborto legalizado e livre. Não querem saber se a criança, que está no ventre da mãe, lhes dá ou não o seu consentimento.
Acho uma barata, dentro da pia, lutando desesperadamente para sair dali. Não conseguia. Escorregava, tornava a cair, de costas, no orifício que a sugava. Um jato dágua, mais forte, levá-la-ia para o esgoto. Hesito. Deixo que outro faça o serviço.
Mas há vidas muito breves: a vida das borboletas. Como, porém, elas alegram a vida, palpitando as suas cores pelo jardim!
As tartarugas é que vivem muito, porque são frugais. E o meu papagaio Horácio, que está por aí com uns vinte e cinco anos, em plena mocidade, viverá até os sessenta.
Já os cachorrinhos dificilmente chegam aos dezesseis anos. É pouco. Um vizinho meu, passeia com o seu cachorrinho, que, já velho, está cego, com o pêlo ralo, e diabético. Só lhe resta algum faro, para cheirar a grama.
Fui pescar, numa dessas quintas-feiras, de teimoso que sou, ou por teimosia do meu amigo H.S., porque o dia estava muito frio. Já quase de noite, ao atravessar uma pinguela, carregando as varas e o saco da tralha, escorreguei e caí nas águas, afundando-me até o peito. Foi difícil, muito difícil, sair dali, porque, encharcada a minha roupa, pesava mais vinte quilos, e meus pés, com o meu esforço, afundavam-se mais na lama. Não fosse o meu amigo H. S. que, do barranco, do outro lado, me estender a mão, e permaneceria ali, agitando-me como a barata na pia. Mas afinal ergui-me, com o auxílio do meu amigo. O caso era para riso e alguns goles de cachaça, que fui beber logo em seguida.
Velho sem juízo, dirão.
Os velhos deveriam ser deixados à vontade, para resmungar, xingar, esbravejar e rir.
Rir de si mesmos e dos outros que pode ser que não cheguem à velhice, à sobrevida ou à subvida.

Anníbal Augusto Gama

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As varas de marmelo

O segredo é a alma do negócio. A propaganda é a alma do negócio. Há uma contradição explícita nestas duas frases. Os carros estão sendo vendidos aos montões nas agências, sustentam as estatísticas. No entanto, as fábricas fazem propaganda exageradíssima dos seus modelos, nos jornais, nas revistas e na televisão. Cada uma diz que os seus carros oferecem vantagens que os demais não têm. E todas se calam sobre as mortes, os desastres, que eles provocam nas ruas e nas estradas. Já disse, e torno a repetir: não há nada mais obsoleto do que o automóvel. É o refúgio do individualismo feroz, o símbolo do capitalismo sem entranhas.
Outro dia, já bem tarde da noite, ouvi um estrondo na rua, diante da minha casa. Parecia que estavam arrombando o meu portão de ferro. Felizmente, não. Era um carro que, não sei como, deslizou em marcha-ré, em boa velocidade, e foi bater nas grades e no portão da casa do meu vizinho de frente. Parece que não havia ninguém dentro do carro. Provavelmente, ao estacionarem-no, deixaram de puxar o freio de mão. A barulheira causou certo rebuliço, mas logo tudo se acalmou. Olhei pela janela, e em seguida me desinteressei.
Recentemente, em Ribeirão Preto, fez-se uma corrida de carros, nas ruas. Em conseqüência, ruas e avenidas foram interditadas, o que naturalmente provocou transtornos para boa parte da população. Mas, propalou-se, aumentou em trinta por cento as vendas, nas casas comerciais. O que é mau para uns, é bom para outros.
Quando escrevo estas notas, vai iniciar-se o Campeonato Mundial de Futebol, e Dunga e a sua equipe tratam visitar e homenagear o ditador sanguinário do país onde se vai realizar a Copa do Mundo.
São contradições inexplicáveis, ou antes, injustificáveis. É que o futebol, que era a alegria do povo nos pés de Garrincha, virou um negócio.
A política, nas eleições e depois delas, também virou um negócio. Um negócio sujo, sujíssimo.
Falam em democracia. Que democracia, cara pálida?
Mas a estupidez não mata. Engorda.
Sustentam que aumentou, em muito, o número dos obesos. Nada tenho contra os gordos, e até me simpatizo com eles. Mas vejo, às tardes, sujeitos correndo pelas avenidas, para manter a forma, ou emagrecer. E todos gritam que o colesterol é um perigo. Pois vivam o colesterol e o torresminho, desde que não seja daqueles de quebrar os dentes.
Vai-se perdendo, ou já se perdeu de todo, o sabor da vida. Ela é um esforço, uma batalha, quando devia ser a pacificação e a serenidade.
Vejo nos carros de que já falei outra espécie de propaganda: “Eu pratico o ecosporte”.
Ora, meu caro, vá praticar o ecosporte na cama, com a sua mulher. Ou procure sempre um advogado, ou um odonto-cirurgião. Ou, por desencargo de consciência, um otolaringologista.
Outro dia, relendo as memórias da infância e da adolescência, de Vivaldo Coaracy, vi que ele contava que, no seu tempo de menino, vendiam-se, numa casa de comércio de Icaraí, varas de marmelo. As mesmas crianças, por ordem da mãe ou do pai, iam comprá-las, para serem surradas com elas. E antecipadamente já choravam.
O que nos está faltando são varas de marmelo. Todos as merecem. Também eu.

Anníbal Augusto Gama

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O desaparecimento de Ilírio

Ilírio está desaparecido há dois anos, e ninguém dá notícia de seu paradeiro. Pode ser que o tenham matado e enterrado o seu corpo.
Hoje, pelas nove e meia da manhã, hora em que geralmente estou mal humorado, um sujeito tocou a campainha do portão eletrônico. Pelo espelho da sala, posto ali de propósito, vi a cara do visitante, e não gostei dele. Em todo caso, fui ver o que ele queria, e ele me disse que ali não, que era confidencial o seu recado. Abri-lhe o portão e deixei-o entrar. Estava pronto para reagir, a qualquer gesto seu.
O cara perguntou-me então por Ilírio. Eu sei lá!, respondi. Há mais de dois anos que não o vejo.
Então o visitante sacou do bolso do paletó, um cartão de debito, que me exibiu. Era uma conta de dez reais, de Ilírio. Tive vontade de expulsar dali o intruso, ainda porque ele mexia numa estatueta de bronze, que tenho sobre a mesa. Tomei-lhe das mãos a estatueta, e recoloquei-a no seu lugar. E, em todo caso, em memória de Ilírio, paguei aqueles dez reais de débito. Apontei então a porta da rua para o cobrador, e ele foi embora.
Havia deixado comigo o cartão do débito de dez reais. No verso dele, vi impresso um endereço: Parada do Corvo, n. 205.
Fui ver na planta da cidade onde era a Parada do Corvo. Era longe como o diabo.
Peguei o carro, e toquei-me para a Parada do Corvo. Muitos espaços vazios, muito capim, e só algumas casas que pareciam desabitadas. Achei afinal o número 205. Estacionei o carro, e saí, para investigar. Parecia um depósito. A porta de enrolar estava aberta. Entrei, e a escuridão reinante no lugar, em contraste com a luminosidade de fora, quase não me deixou ver nada. Só apalpei, na parede, uma coisa úmida.
Então, senti uma pancada na cabeça, e caí, desmaiado.
Quando recobrei os sentidos, estava deitado no chão de cimento. Tonto, sem saber o que havia acontecido. A cabeça doía-me muito.
A custo, consegui levantar-me e olhei em volta. E lembrei-me, despropositadamente, que estávamos ás vésperas do Natal.
No cômodo, que era exíguo e frio, vi, pendurados do teto baixo, uns cinqüenta pernis defumados.
Peguei dois pernis, e levei-os comigo, para o carro.
Voltei para casa. Telefonei para Luciana:
― Neste Natal, disse-lhe, teremos pernil defumado.

Anníbal Augusto Gama

CONTINUAÇÃO

A marca do Zorro

Ele passou por aqui... Sinais, signos, insígnias, marcas, assinaturas... A marca do Zorro. Até os animais antediluvianos deixaram a sua marca nas rochas. As mãos imprimem o seu molde no cimento fresco, em Hollywood. Os pedreiros mais anônimos, ao cimentarem uma calçada, não raro deixam ali duas letras do seu nome. E ainda fresco o cimento, os cachorros que passam deixam o rastro das suas patas. Marcam-se, com ferro em brasa, os bois e os cavalos. Não se trata sempre de fazer-se conhecer quem é o proprietário. Todos querem deixar o sinal da sua passagem, o seu testemunho de que aqui ou ali estiveram. O planeta Terra está cheio de cicatrizes e o homem também quis levar o sinal de que ali esteve, na Lua. Até nos túmulos, os epitáfios dizem que ali jaz... No mármore branco das mesas dos cafés e bares, há quem rabisque com um lápis, marcando a sua passagem. Só o vento, a chuva, removem, das dunas de areia do deserto, as pegadas daqueles que por ali andaram, ou morreram, Quando o homem não se marca a si mesmo com tatuagens, ou, nos muros brancos, recém pintados, não vai borrá-los com as suas grafites, que agora já estão sendo tidos como arte. Há também o desenho dos lábios, de batom, na superfície do espelho, da amante que foi embora, e deixou o seu parceiro adormecido no leito. E os cientistas também circundam de anéis as pernas das aves, ou de outros bichos, para saber para onde vão, para onde emigram.
Tudo em vão. Os homens passam irremissivelmete. Até os arquivos zelosamente guardados, acabam desaparecendo, com o fogo que os destrói, ou com as traças que os roem. Os edifícios desmoronam. A impressão digital é removível, através de cirurgias plásticas.
Que marca ficará de nossa triste ou infame civilização?
Debaixo de que ruínas irão encontrar os sinais de que aqui estivemos, como nos lugares calcinados de Pompéia?
Queremos permanecer, quando tudo é perecer.
A humanidade é uma vã palavra.

Anníbal Augusto Gama

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Perca o tempo, mas não perca o peru

Já disse por aí que perder o tempo é achá-lo. Por isso, não ando em busca do tempo perdido, mas do achado. E, se não o acho, imagino-o.
Há tempo de plantar e tempo de colher; tempo de rir e tempo de chorar. O que não nos falta é o tempo, nós é que faltamos para ele. O tempo é uma mudança, e quanto mais muda é a mesma coisa. A Terra é redonda e andar para trás, sempre para trás, afinal nos deixa no mesmo lugar de onde saímos. Na volta ao mundo em oitenta dias, de Júlio Verne, o cavalheiro inglês, depois de completar a sua viagem, achou-se, com a seu criado e a sua amada, com uma sobra de um dia todo. E supunha que tinha pedido um dia, quando o dia ainda lhe sobrava.
Quem diz que não tem tempo, na verdade não tem é a si mesmo. São os sujeitos sufocados pelo trabalho, quando trabalhar é meio de vida e não de morte.
Dinorá diz a seu Amadeu:
― Amadeu, quanto tempo perdido...
E à noite, ambos se perdem de novo nos braços um do outro.
Vou pescar, com o meu amigo H. S., e ambos ficamos a ver as águas rolarem. O peixe que não vem é o tempo que pescamos. E não precisa de isca, de anzol e nem de vara.
Ele faz as contas dos conhecidos ou amigos que já se foram: “Morreu Fulano, morreu Beltrano, morreu Cicrano...“ Sobramos nós dois. Os demais já têm um tempo infinito, e talvez não saibam o que fazer com ele.
Na papelada de uma gaveta, acho uma receita para fazer peru, do compadre Cícero. Na sua casa, há muitos anos, passamos uma noite toda preparando o peru, bebendo e conversando. O compadre Cícero era também pescador, e fui eu que o ensinei a pescar.
― Compadre ― ele me diz ― já está amanhecendo, agora é deixar o peru no forno.
Mas o peru grugruleja no quintal.

Anníbal Augusto Gama

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As ovelhas tosquiadas

Há sempre dois lados (quando não há quatro, cinco, ou mais), e quem tirar conclusões ou fazer julgamentos vendo apenas um lado, pode incorrer em erro grosseiro e ser temerário. Um objeto deve ser olhado de baixo para cima, de cima para baixo e examinado de todos os seus lados. Devemos aproximar-nos dele, afastarmos, sopesá-lo, cheirá-lo, apalpá-lo, para ter uma noção aproximada do que verdadeiramente é. E, ainda assim, erramos muito. Vale, para o caso, aquela anedota de dois ingleses que viajavam no vagão de um trem, sentados um diante do outro. Olhavam ambos, através da janela, a paisagem, o campo, lá fora. E um deles disse ao outro, vendo um rebanho de ovelhas: “Aquelas ovelhas foram tosquiadas”. Ao que o outro retrucou: “Pelo menos do lado de cá”.
O bom sendo indicaria que as ovelhas haviam sido tosquiadas inteiramente. Mas, quem sabe? Para os passageiros não havia prova absoluta de que elas tivessem sido tosquiadas dos dois lados do corpo.
Quando não podemos ter certeza, o melhor suspender o julgamento.
O fato é que somos chamados a tomar decisões, a cada momento. E decidimos pelo que já vimos antes, pela experiência, pelo que nos parece mais certo ou justo. Manter-se isento, imparcial, sufocar a piedade, a emoção, diante disso ou daquilo, é muito difícil.
Fala-se em objetividade, em ser objetivo. E é quase impossível ser objetivo. Os nossos valores não são iguais. Apela-se então para as máquinas, para o diagnóstico feito pelas máquinas. Mas atrás da máquina está o homem que a manobra e que interpreta o que resulta dela.
Talvez seja melhor aceitar as inclinações do nosso coração. Já dizia Pascal: “Le coeur a des raisons que la raison ne connait pas” (“O coração tem razões que a razão não conhece”).
Afinal, todos os homens, os que julgam e os que são julgados, serão um dia também julgados.
E o mais difícil é julgar-se a si mesmo.

Anníbal Augusto Gama

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