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Continuação e definitiva conclusão do caso do Ilírio

Algumas pessoas não gostaram da conclusão que dei ao desaparecimento de Ilírio, e telefonaram-me, reclamando. Acho que a estória terminou perfeitamente bem, com os pernis defumados, que Luciana, e alguns amigos comemos, como ceia de Natal. De qualquer maneira, para satisfazer aquelas pessoas, vou continuar e dar um fim definitivo à estória.
Quando eu fatiava os pernis defumados, encontrei um anel dentro de um deles, E reconheci imediatamente que era o anel de Ilírio, mas não disse nada. Não vão pensar, por isso, que os pernis defumados eram os pernis do próprio Ilírio. Não, eram mesmo pernis de porco, e pernis traseiros.
Dois dias depois, retornei à Parada do Corvo. Achei vazio o depósito de pernis, onde fui atacado. Andei de um lugar para outro, e afinal dei com uma casa habitada. Bati na porta, e me atendeu uma mulher. Perguntei-lhe o que acontecera com o depósito de pernis defumados, e ela respondeu-me que o tinham fechado e encerrado o negócio. Então eu quis saber se tinha havido por ali criação de porcos. Ela informou-me que, não e, ao que sabia, os pernis vinham de Rifaina.
Viajei para Rifaina, onde fiquei uns dias. Indaguei de uns e de outros se, há cerca de dois anos, viera para o lugar alguém até então desconhecido, e que criava porcos. Indicaram-me um sítio e bati para lá. No sítio, logo vi muitos porcos, e um chiqueiro com outros engordando. Aproximei-me de uma casa que lá havia, e encontrei Ilírio. Disse-lhe uns desaforos por ele ter desaparecido e não comunicar a ninguém onde se achava. Ele deu-me razão, e explicou que criar porcos não era brincadeira, e por isso não tivera tempo para escrever onde é que estava. Mostrei-lhe o anel que achara dentro de um dos pernis defumados, e ele logo viu que era o seu anel, que havia perdido, por estar muito folgado, no dedo. Naturalmente, explicou-me, havia perdido o anel, quando cortava o pernil de algum porco.
Tudo assim fica bem explicado, e concluído. Menos a agressão que sofri, na Parada do Corvo. Mas pode ser que o guarda do local me atacou, porque supôs que eu era um ladrão. Depois, pensando que havia me matado, fugiu.
Mas o que importa é que comemos os pernis defumados, que estavam perfeitos.

Anníbal Augusto Gama

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