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Matar ou morrer

Depois da sexta cerveja, Ariovaldo perguntou:
- Qual é a melhor maneira de matar alguém?
E ele mesmo respondeu:
- Eu usaria uma arma de fogo e daria um tiro na cara do sujeito.
- Homem ou mulher? – Bertoldo quis saber, e ele respondeu:
- Tanto faz.
O Martins comentou:
- Arma de fogo, um revólver, por exemplo, é para se usar a curta distância. E a vítima pode reagir, antes.
Simões, que havia sido seminarista, sacudiu a cabeça, e reprovou:
- Não matarás...
Ariovaldo retornou:
- Mas estamos matando, desde Caim.
Eu ouvia a todos e disse:
- Sou incapaz de matar uma barata.
O Martins duvidou:
- Mata, sim. Estamos sempre matando. Eu, por mim, matava com uma foice.
Entraram então a contar os instrumentos capazes de matar alguém, e foi lembrada a mão de pilão. Mas não existe mais nem pilão, quanto mais mão de pilão. E havia aquela estória da mulher que matou o marido com a tampa de um urinol.
Neste momento, ela, bela, belíssima, passava na calçada e todos a olharam, Alguns chegaram a arrastar as cadeiras. Era mulher para sessenta talheres.
Afirmei:
- Eu a deixava me matar, mas bem devagarinho.

Anníbal Augusto Gama

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